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Uma pílula sobre o frenesi contemporâneo

A sociedade atual vive uma aceleração crescente, seja no ritmo de trabalho, no fluxo de informações, nas expectativas sociais, entre outros aspectos. Essa aceleração é acompanhada pelo uso excessivo de tecnologias, especialmente o smartphone, que tem se tornado cada vez mais presente em nossas vidas. Essas mudanças podem impactar negativamente a saúde mental, como o medo de estar perdendo algo importante, ou o "fomo" (fear of missing out), além de provocar ansiedade e transtornos depressivos.


O filósofo Martin Heidegger já alertava sobre o impacto da tecnologia em nossa forma de viver e pensar, afirmando que "nós nos esquecemos de nós mesmos" diante da hiperconectividade e da avalanche de informações. Já a psicologia tem estudado os efeitos do uso excessivo de tecnologias, e como isso pode afetar a saúde mental, especialmente no que se refere à ansiedade e à dependência.


É importante destacar que a saúde mental não pode ser considerada apenas como a ausência de transtornos ou doenças, mas sim como um estado de bem-estar emocional e psicológico que permite uma vida plena e realizadora. Para isso, é necessário encontrar formas de equilibrar o ritmo acelerado da sociedade com momentos de descanso e reflexão.


O sociólogo Zygmunt Bauman também tem abordado a aceleração da sociedade como um risco, chamando-a de "modernidade líquida". Segundo ele, essa aceleração traz incertezas e instabilidade em muitos aspectos da vida, o que pode levar a uma sensação constante de insegurança e ansiedade.


A psicóloga e escritora Sherry Turkle por sua vez tem se debruçado sob outro viés nessa relação entre tecnologia e saúde mental, alertando para o impacto da hiperconectividade e da necessidade constante de estar conectado sobre a construção da identidade, sobretudo na juventude. Ela destaca que, embora a tecnologia possa ser uma aliada na vida moderna, é preciso estar atento aos possíveis efeitos negativos, como a falta de conexão profunda com os outros e com a própria introspecção.


A tal hiperconectividade pode ser vista como um dos fatores que contribuem para a sobrecarga da vida contemporânea. A tecnologia não apenas oferece uma conexão constante com o mundo, como também aumenta as expectativas e as cobranças, tornando-se um possível agente estressor.


Em resumo, a aceleração da sociedade e o uso excessivo de tecnologias são questões preocupantes para vários pensadores contemporâneos, que apontam para os possíveis impactos negativos na saúde mental, mas também destacam a importância de encontrar formas equilibradas e saudáveis de lidar com esses desafios. A psicoterapia pode ser uma excelente aliada nesse processo, ajudando a lidar com os impactos da aceleração da sociedade e do uso excessivo de tecnologias na saúde mental. Como dizia o filósofo Sócrates, "conhece-te a ti mesmo"!


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