Escutar o corpo não significa seguir padrões ou regras de postura. Muito pelo contrário: trata-se de encontrar a própria medida, respeitando os sinais singulares que cada organismo e cada sujeito apresentam.
A psicanálise nos lembra que o corpo não é apenas biológico: ele é atravessado por afetos, desejos e linguagem. Wilhelm Reich já mostrava como tensões emocionais podem se cristalizar na musculatura, formando “couraças” que aprisionam a vitalidade. A psicossomática, em outra chave, revela como conflitos psíquicos podem se manifestar em doenças físicas. E Pierre Weil popularizou essa ideia em O Corpo Fala, mostrando como gestos e posturas também são modos de expressão.
Mais recentemente, o psiquiatra holandês Bessel van der Kolk, em O Corpo Guarda as Marcas, reforça essa mesma direção ao evidenciar como traumas e experiências emocionais deixam rastros profundos no corpo. Diferentes saberes, em diálogo, convergem para uma ideia fundamental: nosso corpo guarda e comunica aquilo que nem sempre conseguimos dizer.
O convite é simples, mas transformador: experimente parar alguns minutos por dia e se perguntar — “O que meu corpo está me pedindo agora?” Pode ser descanso, movimento, silêncio ou até um copo d’água. Essa escuta, tão singular quanto cada sujeito, pode ser o primeiro passo para mudanças importantes.
Referências para aprofundar:
Wilhelm Reich – Análise do caráter
Pierre Weil & Roland Tompakow – O Corpo Fala
Bessel van der Kolk – O Corpo Guarda as Marcas
Pierre Marty – A psicossomática do adulto
Nem tudo que pesa é seu.Carregar o outro nas costas não é empatia, é exaustão. Nem toda dor alheia precisa ser sua. Empatia é estar presente, reconhecer a dor do outro sem absorvê-la.
Leia mais →"Um povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la." A frase de George Santayana ressoa não apenas no espaço íntimo da clínica, mas também no tecido social.
Leia mais →Quando falamos em autonomia, não estamos tratando apenas da capacidade de tomar decisões práticas sobre a vida, mas de algo mais profundo: a possibilidade de nos nomearmos. Em termos psicanalíticos, a questão do “quem sou eu” está no centro da constituição subjetiva.
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